Será que temos mesmo consciência do quanto estamos presos aos outros? A estampa que me vem à mente quando penso sobre essa afirmação é a da imagem de James Ryan, em que as correntes energéticas seriam as ideias que temos sobre o que os outros pensam a nosso respeito, sobre o que esperam de nós e o que desejam que nos tornemos. Não é à toa que reunimos tantas Redes Sociais a nos ditarem o prumo!
Mas basta que uma experiência negativa que tenhamos tido no passado nos venha à mente e já nos enchemos de prevenção contra qualquer vivência futura sob o mesmo espectro. Assim, mais uma corrente se soma às já existentes, limitando cada vez mais os nossos movimentos em direção às realizações naturais e sobrenaturais profícuas — por que não? — que poderiam fluir a partir daquela experiência.
Particularmente, não sei bem dizer se gostava de mim quando criança. Tinha-me um sentimento especial quando estava em casa, achando-me mágica e sábia; no entanto, tal sentimento desandava todo face à inflexão que percebia na escola a meu respeito: descobri aos olhos alheios que eu era muito quieta, gorda e falava esquisito. Passaram-se oito anos em cruciantes experiências escolares que me moldaram em uma nova pessoa alheia de mim mesma. Bulhufas de mágica ou de sabedoria.
Por outro lado, penso que se escolhemos encarnar em um planeta da Terceira Dimensão (rumo à quarta D), a alguma altura dos acontecimentos saberemos que o grande jogo na Terra são os constrastes e precisamente eles nos indicam o caminho a seguir. Sim, acredito piamente que muitos de nós percebamos a grandeza e beleza das controvérsias que operam em nossas vidas, muito embora ainda haja vasta preferência pela encenação do jogo do João-Sem-Braço.
Então, o que normalmente somos tentados a fazer? Amaldiçoar as experiências negativas que tivemos pelo fato de nos terem expostos em nossas supostas fraquezas aos olhos e medidas dos outros.
Quando penso nisso, percebo o tamanho desamor e descaso com que nos tratamos reiteradamente.
Porém, somos espécies criadas com o livre-arbítrio. Não existem outros arbítrios além do nosso próprio, ou seja, o arbítrio de cada um em sua própria vida.
Não, não tem o arbítrio de Deus, porque Ele está em vocês e em mim, agindo continuamente através de nós, percebe? E se Deus nos fez dotados de livre-arbítrio, como poderia cada um de nossos arbítrios competir com o de Deus? Não faz o menor sentido! Somos os grandes senhores de nossas vidas e provemos vistas agudas aos outros porque assim o elegemos.
Contudo, tudo o que existe é o livre-arbítrio de cada um, percebem a pegadinha maravilhosa?
E nos atemos incansavelmente à forma como os olhos dos outros nos veem, sem nos darmos conta de que esses olhos alheios são os nossos, porque os abraçamos em nossos arbítrios.
Pois sim. A sabedoria divina se expressa nos mínimos detalhes.
Adoro! 🙂
Flavia Criss,
San Francisco Bay Area.
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