“Fluir” é uma palavra que geralmente parece estar “amarrada” a conceitos espirituais. No entanto, uma das primeiras coisas que aprendemos quando nos iniciamos na prática da meditação e que tem uma grande importância é o discernimento entre fluxo e resistência. Se torna um conceito bastante simples quando o aprendemos. Você pode até já saber disso…mas se não souber ainda direitinho, prepare-se pois esse aprendizado vai fazer uma enorme diferença em sua meditação.
Trata-se do seguinte: não tente nunca “acalmar” a sua mente, porque “tentar acalmar” já implica em “resistência” e tudo aquilo a que você resiste, persiste, sabe como é?
Então, quando perceber um pensamento surgir durante a meditação, não resista a ele, ao invés disso, deixe-o fluir pela “margem” da sua mente. Tenha consciência de sua existência, mas deixe-o passar pela margem de sua mente. Se o pensamento for um som, deixe-o se expressar, permita que ele diga o que tem que dizer, mas não o atribua qualquer significado extra. Por exemplo, se o som for um “monte de palavras”, você pode permitir-se ouvir as palavras, mas pode não saber quais são, ou seja, você não as interpreta. Se for uma imagem, você pode vê-la, mas não interpretá-la. Deixe a impressão passar por você.
Quando você tenta bloquear um pensamento, só vai fazê-lo querer “entrar” cada vez mais na sua mente!
Então deixe-o se expressar, perceba-o pela margem da sua mente, sem apegar-se a ele, observe-o perifericamente, sem ficar preso nele, e assim ele deslizará mais confortavelmente pela sua mente sem lhe causar incômodo.
Texto original de Chris Oseko.
Versão de Flávia Criss, Fev/2010.
Foto: Cam Switzer
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